20 novembro 2007

POR QUÉ NO TE CALLAS?



Este é o vídeo da polémica da última semana. Uns criticam a atitude do Rei Juan Carlos, por este não ter o direito de mandar calar um presidente, eleito democraticamente e de um país independente e soberano. Outros aplaudem-no pelo facto de finalmente alguém ter tido a coragem de enfrentar Hugo Chavez, e dizer o que muita gente tem tido vontade de dizer nos últimos anos.

Eu sou dos que aplaude a atitude do monarca espanhol, e nas próximas linhas vou tentar explicar o porquê.

Tal como o presidente do governo espanhol diz no vídeo aqui publicado, por mais que os ideais políticos de Hugo Chavez e Asnar estejam nos antípodas ideológicos, diz as regras da boa educação que não se acusa nem se fala mal de quem não está presente nem se pode defender. Hugo Chavez acusou o ex-presidente do governo espanhol, Aznar, de ser um fascista. Pode até sê-lo, mas foi eleito democraticamente, por sufrágio universal, conforme dita a constituição monárquica espanhola. Chavez também o foi, como gosta muito bem de dizê-lo aos quatro cantos do mundo. Não querendo defender Aznar, porque também não partilho os ideais políticos deste (não me esqueço da atitude mentirosa e cobarde que o seu governo tomou em época de eleições legislativas espanholas, após os ataques do 11 de Março), mas Aznar governou seguindo a constituição espanhola, não a alterando a seu belo prazer, por forma a continuar preso à cadeira do poder, até que devido a uma idade avançada podesse cair dessa cadeira, e por consequência da queda vir a morrer mais tarde (onde é que eu já vi isso?!?). Já de Chavez não se pode dizer o mesmo. Tem alterado constantemente a constituição venezuelana por forma a que os seus ideais sejam seguidos e respeitados, ignorando oposição, liberdade de expressão e rotatividade democrática. São as constantes nacionalizações (empresas petrolíferas, médias, etc.), como agora está a ser votada uma alteração à constituição venezuelana por forma a não haver limite de candidaturas de uma pessoa ao cargo de presidente da Venezuela, ou seja, Chavez poderá candidatar-se as vezes que quiser, consequtivamente. Assim, existe a legalização de um Ditador Democraticamente eleito. Incoerência?!? Não, pois num país onde a opinião publica é controlada pelo estado, onde existe um programa de 6 horas diário da autoria de Hugo Chavez, onde este fala à população, é fácil ter uma democracia tão democrática como as demais do Ocidente, podendo haver eleições sem correr o risco de as perder (lembrem-se das eleições "democráticas" da década de 50 que Salazar levou a cabo).

Hugo Chavez não passa de uma imitação barata, populista e sem o encanto e magnetismo de um Fidel. Mesmo ao nível da política externa. Imita Fidel na escolha do inimigo, EUA, mas quando damos conta ataca e ofende em todas as direcções. Ora é a União Europeia, ora é Espanha, ora é o próprio Brasil governado por um homem de Esquerda, de orientação Marxista (de salutar o presidente Lula que tendo em conta todos os seus ideais, teve a mestria e sabedoria de saber governar agradando trabalhadores e capital, pois teve a inteligência de saber sem os dois pratos da balança equilibrados um país não pode nunca chegar a um porto seguro).

Voltando ao rei Juan Carlos. Ele é o homem que cresceu e foi educado para suceder a Franco, e assim continuar e fazer perpetuar um regime fascista na nossa vizinha Espanha. Em vez disso, tomou o poder como rei de Espanha, e com calma e serenidade, fez a transição política necessária para passar de um país subjugado à ditadura fascista, para uma Espanha livre e democrática como é hoje. Ele é o pai da democracia espanhola, ele é o obreiro da Espanha forte, política e economicamente, e que serve de motor para a construção europeia. O rei espanhol é o que se pode dizer de chefe de estado em vias de extinção.

Longe vão os tempos onde abundava políticos carismáticos por todo o mundo. Só para citar alguns nomes, longe vai o tempo do planeta Terra ter Churchil, Jacques Deloir, Kennedy, Roosevelt, Tatcher, Helmot Kol, Humberto Delgado, entre tantos e tantos outros nomes do século XX, que contribuiram com o seu carisma e liderança para a evolução deste 3º calhau a contar do Sol. Talvez a precariedade, o estagnar e a falta de valores que predomina na sociedade mundial se deve à falta de mulheres e homens como estes que citei e que fizeram tanto pela humanidade. Apenas gostava que este "POR QUÉ NO TE CALLAS?" servisse de lição para que os bons políticos e os bons lideres aparecessem e corressem com os políticos fracos, precários, demagógicos e sem carácter.

Este é um desabafo político e de apoio à quebra de protocolo, protagonizada pelo monarca mais democrático do mundo, e tal com o alguém diria, a gente vê-se na Expo.

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